sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Filosofia Crista

Por Michael Erler

  

    A filosofia platônica influenciou autores cristãos como Mário Vitorino, Ambrósio, Agostinho e Boécio. Agostinho (354-430 d.C) não é apenas o pai da igreja latino mais importante. Procurou-se ver na sua obra também o início propriamente dito de uma filosofia romana própria. No seu empenho em vincular revelação cristã e filosofia, sim, em evidenciar o cristianismo como verdadeira filosofia, Agostinho acolheu elementos importantes sobretudo na filosofia neoplatônica. Um fundamento certamente é a diferenciação platônica entre um mundo espiritual/intelectual e um mundo sensível que pode ser entendido como imagem do espiritual/intelectual e, assim, ajuda a superar a orientação do imanente, por exemplo, do estoicismo. Em todo caso, o conhecimento do platonismo representa um passo importante no caminho de Agostinho para a conversão definitiva ao cristianismo.
    Pode parecer estranha a intérpretes modernos sua atitude de falar de "filosofia cristã", mas aceitar também que a autoridade de personalidades docentes ou de textos possa ser um esteio argumentativo. Agostinho tampouco nega que possam surgir tensões entre o pensamento racional e o autoritário. Entretanto, para ele isso não se aplica relativamente à autoridade divina, na forma como ela se manifesta na Escritura Sagrada. Quanto ao contexto histórico, esse procedimento encaixa-se na práxis filosófica do helenismo e do período imperial. Agostinho aceita a autoridade como complementar à argumentação racional. Ele recorre, pelo visto, ao conceito da auctoritas, tradicional para o pensamento romano, e o transpõe para a Sagrada Escritura e para Deus. Na sua tentativa de vincular "tradição e inovação", ele quer demonstrar que o pensamento cristão é superior. Isto, no entanto, deve ocorrer em termos de uma "consumação racional", não de uma "suplantação irracional" da filosofia pagã, como pode ser demonstrado em concepções centrais como o conceito da vontade, a filosofia do Estado ou a ética. Como em geral para o neoplatonismo, também para Agostinho o aspecto soteriológico é uma preocupação central. Na sua opinião, a salvação do ser humano só pode ser respondida em vista da sua alma e de Deus. Agostinho está convicto de que seu coração só encontrará paz quando repousar em Deus (Conf 1,1,1).
   Boécio (480-524 d.C.) é, depois de Agostinho, o segundo filósofo importante de língua latina. Ele se sente comprometido, numa época de paz e florescimento da vida eclesial e cultural sob Teoderico (493 - 526 d.C.), com a tradição antiga e sua transmissão. Teoderico louvava Boécio por este ter "levado a toda romana para os guarda-roupas gregos" e tomado providências para que a "teoria grega se tornasse ensino romano". De fato, ele considera meritório instruir os seus concidadãos na ciência e filosofia gregas, pois, na sua opinião, o ocidente latino continuava carecendo da possibilidade de um estudo intensivo da filosofia. Ele buscava suprir esse desiderato por meio de traduções e comentários. Também Boécio vê na filosofia grega um complemento, não uma concorrência para a doutrina cristã. Indo além da mera transmissão do ensino grego, Boécio deu continuidade com a Consolatio Philosophiae, à tradição de autores romanos como Sêneca ou Marco Aurélio de, mediante a forma literária, aplicar na prática a teoria filosófica. O objetivo não é o esclarecimento e a arte de viver no imanente, mas a conversão da alma e o seu retorno ao âmbito do verdadeiro ser. Em relação à Consolatio Philosophiae vale o que também pode ser constatado em Sêneca ou Marco Aurélio: a filosofia não é apenas exposta, e, sim, o texto chama para uma leitura que vista desencadear no leitor um efeito terapêutico. Como romano, Boécio confia na antiga tradição dos "costumes"; como filósofo, na tradição platônica; como cristão, na verdade da Bíblia.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. 

Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados,pela eternidade.

Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. 

Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias e ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos, não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: 

Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, faz perder também a felicidade. 

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.



(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Voce sabia ?

JURAR DE PÉS JUNTOS: Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO: 
Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..

TIRAR O CAVALO DA CHUVA: Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA: A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES: No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..

OKA expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS: Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRAA história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER: A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA: A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOAToa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA: A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉMNheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

VAI TOMAR BANHOEm "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAMEsta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU : O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA: Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: ?A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros

A culpa não é do macaco

Genealogia do humor
Uma garotinha pergunta a sua mãe:
- Como é que se criou a raça humana?
A mãe responde:
- Deus criou Adão e Eva, eles tiveram filhos, e os filhos tiveram filhos, e assim se formou a raça humana.

Dois dias depois, a garotinha faz ao pai a mesma pergunta. E o pai responde:
- Há muitos anos, existiam macacos que foram evoluindo até chegarem aos seres humanos que você vê hoje.

A garotinha, toda confundida, foi ter com a mãe e disse-lhe :
- Mãe, como é possível que a senhora me diga que a raça humana foi criada por Deus e o papai diga que evoluiu do macaco ?

E a mãe respondeu:
- Olha, minha querida, é muito simples: eu te falei da minha família e o papai falou da dele.

domingo, 22 de julho de 2012

De volta


  Eu fiquei muito tempo sem escrever pois realmente não estava a fim,queria dar um tempo nessa de internet,pois eu tenho consciência que qualquer vicio é prejudicial a saúde e principalmente a vida.
  Nessa semana foi o dia dos amigos e eu não dei feliz dia dos amigos pra ninguém a não ser pros meus pais e meus irmãos. O motivo dessa pretensa mal criação é esta  "chega de hipocrisia",muitas pessoas dão felicitações as outras, e espero que você se  inclua nisso,e na verdade não estão a fim de dar nada em troca,ou nesses dias importantes até se fala com alguém mas nos outros dias  nem um bom dia,nem um olhar se dão.
Eu nesse momento tenho escassas pessoas que posso dizer "poxa ,essa pessoa é minha amiga",e não tenho nada contra aqueles que só falam com as pessoas pela internet,mas se questione, cade a cumplicidade,um abraço bem apertado,e uma palavra amiga que você possa dizer olhando de frente a ela,ver suas reações, ver o seu caráter,ver que as palavras que ela diz condiz com os seus gestos.Pense nisso!
 Esse  foi meu recado.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nem tudo é facil


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
Cecília Meireles